ㅤ ㅤRodeada de árvores num mundo estranho, fui acariciada pela brisa quente de verão que rumava para o norte. Em busca do duvidoso, cantarolando uma melodia inaudível aos meus próprios ouvidos parei em frente à imensa foz do Grande Rio, donde as torres brancas que se perdem ao chocar-se com o imenso azul do céu foram-me vistas de longe.
ㅤ ㅤE nessa hora, descobri que dentro das mesmas paredes onde jazia meu corpo ofegante, havia um ser imperial...
ㅤ ㅤO qual eu deveria fazer tudo que minhas mãos pudessem ou não fazer, para ele.
E lá, onde os reis dormem num sono profundo, onde ninguém pode os acordar, onde o sono é velado por Adão e Eva e onde a noite há de chegar, eu A vi.
A luz ofuscava todo o resto.
As paredes decoradas com artigos medievais já não chamavam minha atenção...
Nem mais me atraia o comprido tapete vermelho.
Pois do outro lado dele...
ㅤ ㅤEstava ela.
E num ímpeto, balbuciei sem mesmo pensar... Dama de safira!
Pois sim. Seus cabelos de tom azul-esverdeado fizeram meus olhos brilhar. Eles dançavam com o fino vento do oceano que entrava pelas enormes janelas de ouro.
Sem medo, ela deu o primeiro passo para o meu lado.
Meu coração apertou, e batia mais rápido que os tambores dos faunos.
ㅤ ㅤE então, ela sorriu e me disse:
- Filha de Eva das terras longínquas de Sala Vazia, onde reina o eterno verão da Bela cidade de Guarda-Roupa. Que tal tomarmos uma xícara de chá?
ㅤ ㅤE foi o que fizemos.
Embaladas pela noite de Nárnia, da nossa Nárnia, adormecemos mirando as estrelas lá do céu, que refletiam nossos vestidos compridos e observavam os nossos sonhos, de longe.
Felicidades Paju. Pela eternidade!
ㅤ ㅤCom todo o carinho, Raio de Sol.