Su-Ton-Su-Ton-Do-Don-Do-DON!
Ainda lembro-me quando decidimos, acovardados.
Uma viagem curta, até um lugar utópico onde alguns meditavam, e outros lutavam. Não havia flores, os tempos não eram bons. Tudo era deveras novo, mas com aparência antiga.
Aos poucos, começamos. Cantarolando aquelas palavras que ainda não eram conhecidas por nós e faziam nossa língua enrolar de um jeito estranho. Não sabíamos seu significado, nem mesmo sentíamos a freqüência das batidas ressonando pelo salão – fazendo os vidros vibrarem. Eu não sentia.
San-To-Ko-Do-KOI!
Um, dois, três dias. Dalí a pouco somavam-se semanas. Uma vez a cada. Mas aqueles sete dias que antigamente relutavam em passar, agora corriam sem espera. Começamos a ansiar pelo Doyōbi, pois já vibrávamos quando ouvíamos o som dos tambores. Sentíamos aquela freqüência inumana que vinha do nosso âmago. Urrávamos através dos nossos braços velozes, ritmados. Já estávamos habituados. Nossos ouvidos eram acariciados por aquela melodia que cochichava de forma compassada através da nossa carne. Da nossa alma.
Sentíamos e cantávamos, agora sabendo o que tudo aquilo significava.
Se esse sentimento voraz e intrépido é o que os poetas chamam de loucura, o batizo, agora, de simples e cândido: Amor.
O mais puro e intenso... Como as batidas das ondas do mar.
Yō-San!